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sábado, 13 de abril de 2013

O sono do bebê e uma análise própria

Eis que o César resolveu nos dar trabalho, e não poderia ser com algo mais difícil de lidar do que o sono. Até os três meses ele dormia muito bem, obrigada. Tirava uns três cochilos por dia de três horas cada um, ou duas, e de noite acordava no máximo umas 4 vezes. E assim vivíamos felizes.
Começou então a dormir só no sling, suas duas ou três horas de cochilo. Em qualquer outro lugar - cama, carrinho, colo - só dormia 40 minutos e acordava. Seguimos então priorizando o sono do menino: ele tinha que dormir de tarde, e precisava das sonecas compridas, então colocávamos ele no sling.
Tomamos essa decisão querendo evitar o temido EFEITO VULCÂNICO, em que a criança que não dorme passa a ficar cada vez mais irritada e mais agitada, prejudicando de tal forma o sono que tudo vira um círculo vicioso. Eu queria manter pelo menos o sono noturno estável.
Mas agora estamos todos frustrados: uma vez ele dormiu 2h e meia no sling - meu Deus, era o milagre! Mas fora isso, ele passou a dormir entre 30 minutos a no máximo 1 hora. O que significa que em uma hora, depois de acordar, ele fica muito irritado, coça os olhos, fica com olheiras e com as pálpebras vermelhíssimas. E lá vamos nós colocá-lo pra dormir de novo, e de novo, e de novo...
Tudo nos leva a crer que é um misto de picos de desenvolvimento (ele tem estado bem ativo, rolando, pegando coisas e colocando na boca, aprendendo a rastejar, levantando a bunda pra cima numas tentativas fofissimamente frustradas de se locomover ♥) somando a isso os dentes (gengivas inchadas, babança desde os 3 meses, tudo vai à boca e acordadas noturnas com choramingos sem vontade de mamar).
Eu ainda adicionaria uma certa crise de separação precoce.
Isso porque eu tive que estudar desde que ele tinha três meses. Exatamente quando começou toda essa crise. Ainda que eu ficasse só umas duas ou três horas longe dele, pra mim era uma tortura. Se eu, que já tenho 21 anos e alguma noção de mundo, me sentia péssima deixando meu filho em casa, longe de mim, imagina o próprio César, percebendo que uma hora a mãe some, outra a mãe aparece, e ele nem sabe o que está acontecendo.
Enfim, tenho trabalhado muito a questão interior pra ver se não estamos os dois tendo problemas e angústias que estejam afetando o sono diurno do César. Espero que em breve eu esteja dizendo "ufa, ainda bem que voltou a dormir!". E assim seguimos.
Hoje tento estar menos estressada com tudo isso, mas é muito difícil. Em parte porque tudo que li, me informei, tudo que tenho tentado colocar em prática, tem se mostrado muito mais difícil, e nada prático ou eficaz (soluções para noites sem choro, teoria de extero-gestação, etc). E eu mal tenho expectativas exorbitantes com relação ao sono dele (não tenho nem a pretensão de querer que ele volte a dormir as sonecas de duas horas que ele costumava dormir - por mim, se ele dormisse uma hora ao invés da meia hora ou 40 minutos, estava mais do que ótimo!).
Outra parte é a de ver outras mães colocando seus bebês pra dormir na maior facilidade. Eu aprendi desde que nascemos (quando um bebê nasce, a mãe nasce junto dele) que não existe comparação entre bebês: cada um tem suas particularidades, necessidades, jeitos, preferências.
Mas é impossível não notar: meu bebê deita-se comigo na cama e logo dorme. Canto para ele enquanto ele fica no berço, e ele adormece sozinho. Nino ele nos braços e ao colocá-lo na cama, ele prossegue no seu sono profundo. Meu filho dorme em qualquer lugar, basta que mame.
Enquanto eu estou aqui dizendo: preciso colocá-lo no sling quando não está em casa, senão não dorme, preciso de local silencioso, preciso niná-lo no escuro pra dormir e quando coloco-o na cama ele acorda.
A frustração é tanta que parece até a minha saúde física a principal afetada.
Por fim, acho que me resta ler mais um pouco. Mas desta vez um pouco mais sobre a mãe, e não tanto sobre o bebê.
Fica aqui meu desejo de poder ler Laura Gutman em "A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra".