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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Violência Obstétrica - OMS na luta contra os abusos e desrespeitos durante o parto

No dia 23 de setembro (ou seja, há 3 dias) o Organização Mundial de Saúde divulgou o que, para nós que lutamos contra a violência obstétrica, é algo significativo: uma declaração oficial para a Prevenção e Eliminação da violência obstétrica ("abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto") em instituições de saúde.

É significativo porque dá mais visibilidade a uma causa que só vem crescendo - e causando rebuliço, ou você acha que maternidades estão proibindo doulas e modalidade "de parto humanizado" a toa?
Estão percebendo a força que nós mulheres possuímos. E estão percebendo, assim como a OMS, que o que está sendo feito nas salas de espera de maternidades, salas de pré-parto, parto e pós-parto é algo desumano e que fere os direitos mais básicos das mulheres, direitos reprodutivos... E isso é reconhecido internacionalmente, e agora reforçado por essa declaração da OMS, que está dizendo "SIM! Violência Obstétrica existe, precisamos combatê-la!".

Você pode ler a declaração na íntegra, em português, aqui: http://goo.gl/uIqLtn

No Brasil, 1 em cada 4 mulheres já sofreu algum tipo de abuso e desrespeito durante o parto. Algumas delas acabam por perder seus bebês devido à inaptidão de médicos que, no alto de seus pedestais, ignoram evidências científicas e reproduzem o que viram na faculdade sem refletir, estudar e contestar o que eles próprios estão fazendo. Ou ainda, porque zombam, troçam, e ignoram sentimentos e sensações de mulheres em trabalho de parto.
Até quando mulheres serão subjugadas e terão o poder sob seus corpos retirado delas no momento que deveria ser o mais transformador para uma mulher? Até quando médicos irão ignorar evidências científicas apenas por luta de egos?

Mais amor e empatia, e principalmente, mais Medicina Baseada em Evidências, POR FAVOR!

TODA MULHER TEM DIREITO A UMA ASSISTÊNCIA DIGNA E RESPEITOSA DURANTE TODA A GRAVIDEZ E PARTO.

Por isso, não se calem. Se sofreu violência obstétrica, faça uma denúncia no ministério público, com nome do hospital e dos profissionais que cometeram os abusos. Se tiver condições financeiras, procure um advogado para que o profissional possa receber as consequências de trabalhar com uma medicina falida e desatualizada. Precisamos gritar aos quatro ventos, e cutucar os acomodados. Só assim nosso sistema obstétrico deixará de ser mutilador, silenciador e abusivo.

Foto daqui: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/09/25/noticia_saudeplena,145631/senado-aprova-projeto-que-preve-parto-humanizado-pelo-sus.shtml
Ajude a divulgar este documento. Publique o link da declaração no seu facebook ou twitter e adicione a hashtag #VOBR2014. Somos todas mulheres, lutando por nossos direitos reprodutivos.

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